quarta-feira, 25 de abril de 2012

Amizade do coração

Certo dia, estava em uma viagem, num lugar lindo por sinal, quando recebi uma notícia que realmente me deixou muito triste: a morte de uma antiga amiga da minha irmã; estavam distantes, mas foram amigas e me lembrava exatamente das "chaturas" de meninas mais novas que eu... Elas eram insuportáveis juntas, o trio irritava qualquer irmã mais velha. Mas chorei, chorei com o coração, praticamente me desesperei... As pessoas ficaram preocupadas comigo, afinal estava num lugar incrível, esperando por um passeio no mar para ver golfinhos... Expliquei o ocorrido e cheguei a perceber olhos mais brilhantes do que o normal ao redor. Passou-se o tempo, nossos dias se encheram de "coisas para fazer" e convenhamos, quando não é com a nossa família, fazemos questão de bloquear estes sentimentos, né? Ficaram as lembranças... Até que num outro dia, no começo deste ano de 2012 veio outra "bomba": a outra amiga do trio havia falecido... nova, cheia de vida... Haviam retomado a amizade, eu incluisive me aproximei. Ela era incrível, simples, amorosa, presente, de um coração enorme! E de novo, morri de tanto chorar, parecia que era com alguém da minha família, daqui de dentro de casa, sabe? Fiquei perdida no momento da notícia, um sentimento estranho que não queremos entrar em contato, mas que infelizmente faz parte... E muitas vezes durante o dia me lembro dela, alegre, gentil, sempre "curtindo" fotos do meu afilhado amado no Facebook e me respondendo no Twitter, sempre com uma mensagem positiva... Mas o que me fez escrever sobre as duas, que tiveram uma amizade incrível na época do colégio com minha irmã, não foi só a tristeza da perda de pessoas que já passaram em nossas vidas e que marcaram de forma positiva alguma fase de nossa existência. Foi saber... Saber não! Ter certeza! Certeza que mesmo longe, pessoas boas de coração sempre estarão presentes em nossa mente, por simplesmente ter deixado um brilho, um sorriso, uma boa lembrança. Que a amizade não precisa de contato diário, daquele contato da época da escola, de confissões, segredos e confidências... NÃO! Amizade é muito mais que isso! É simplesmente saber que você é importante para alguém, mesmo que este alguém não esteja tão perto; é curtir a sua felicidade, mesmo não estando do seu lado na hora do "parabéns" de quem você ama; é mandar uma mensagem bem na hora, mas bem na hora que você menos espera; é se fazer presente no seu pensamento positivo, imaginando a felicidade do seu alguém, assim, "abrindo mão" da sua própria. E amizade do coração, aquela verdadeira, que dói às vezes dentro do peito, ah essa, não tem preço mesmo!

domingo, 22 de abril de 2012

     Certa vez, ainda pequena (eu tinha uns 8 ou 9 anos...), recebi uma missão no colégio: fazer uma redação que teria um prêmio não identificado... Ok, fui para casa e comecei a escrever... Mal sabia que ali começaria minha primeira vez com as linhas, parágrafos e acentuações...
     Fui para casa e como boa aluna do primário (era assim falado na minha época...), almocei e comecei a fazer minha "lição de casa"...
     Não me lembro como, nem porquê, mas pensei numa história que começava como tantas outras: "Era uma vez..." e pensei num sabonete (isso mesmo, sabonete), que tinha uma incrível amizade por um menino e que não queria acabar, para poder continuar presente na vida do seu amigo. Ele escorregava, escorregava das mãos dele, e o menino, o tal famoso Joãozinho, não entendia o motivo disso acontecer, até que depois de algum tempo, percebeu o desespero do sabonete e parou imediatamente de tentar tomar seu tão traquilo banho. A partir daí se iniciou uma linda e divertida amizade e foram amigos para sempre!
     Pois é, entreguei a missão no outro dia para a professora, como sempre fazia com minhas obrigações e esperei a tal apuração, como se fosse ganhar a mega sena...
     O tal dia da premiação chegou e para minha surpresa, fui eu a escolhida para ganhar o tal prêmio, com direito a aplausos depois da redação ter sido recitada pela professora... Fiquei muito feliz, afinal, o esforço do sabonete valeu a pena... e eu ganhei, das mãos da "teacher", um frasco de perfume (não tão bom como estes importados deliciosos de hoje em dia) a minha redenção como aluna e o reconhecimento do meu esforço. Fui reconhecida pela família (minha avó babava por tudo o que eu fazia...) e a partir daí tive o prazer de escrever, mesmo que só para terminar incansáveis "lições de casa", vestibulares e provas impecáveis no português, mesmo que de fisiologia na faculdade...
     E assim começo meu blog: pela primeira lembrança de como comecei a "tomar gosto" pelas palavras que tentam fazer sentido em nossas vidas...