quarta-feira, 15 de maio de 2013

FRESTA

Dentre quase todas as portas fechadas, escolheu a que estava entreaberta...
Deu aquela "espiadinha", abriu e fechou os olhos, foi estimulada a aguçar a audição e ouviu o barulho de dentro. Quase ouviu seu coração... Um quase som inaudível, porém interno, na sintonia certa...
Se ouviu, se permitiu, se curtiu!
Sentimentos vieram à tona, fortes, firmes, sensíveis... Misturou aquela sensação com a luminosidade baixa, aconchegante, permissiva. A luz perfeita para tal sensação...
Lembrou do coração apertado, fechado e angustiado que há pouco deixou de ser... E conseguiu experimentar aquela singela sensação tão reconfortante e simples, que num piscar de olhos estava lá: suave, serena, completa...
Logo concluiu que a fechadura daquela mesma porta era o segredo para tal felicidade. Uma ou duas voltas para a esquerda e pronto! (e para não esquecer, o lado esquerdo era o do seu coração. Ou seria no meio do peito? Sim, sim, era do lado esquerdo, as duas voltas eram para aquele lado...) Resolvido!!!
Havia se trancado num lugar escuro, triste, apagado, e se lembrou do segredo: duas voltas para a esquerda! LIVRE? Muito livre!
A claridade se fez enxergar!
Num abrir e fechar os olhos, um flashback oportuno, alegre, permitindo um sorriso verdadeiro, alegre... (Incrível!)
O segredo da sua porta era simples, como abrir e fechar os olhos, ou apenas inspirar e expirar... Era somente se deixar viver...
Deixar viver, abrir e fechar portas e sentimentos... Colorir seu espaço, clarear ideias, rodar para o lado oposto... O oposto perfeito! Sentiu, ouviu,  refletiu e se permitiu... Abrir portas e permitir seu interno e completo SEU...

terça-feira, 19 de março de 2013

UM GRITO

E sofreu calada... Mas precisava falar. Na verdade, precisava gritar... E alto! E DO alto! (Com eco)
Depois de tudo o que passou, de tudo o que esperou, de tudo o que resguardou...
Encheu. Preencheu. Alma, coração e cabeça... A ponto de saírem palavras pela boca, sem controle...
E pensou: "controle pra quê" (afinal, o controle nos encerra, nos finaliza e nos obriga a por "pontos finais" em tudo...)
Em quase tudo.
Nos cala e amordaçados permanecemos...
Estátua intrínseca que remodela nossa coluna moral, encurta movimentos, altera nossa postura. Enfraquece! Sim, desaba.
Introspecção que amargura, amarra, prende, asfixia.
Um grito (AHHHHHH...)
Um desabafo, que libera, dilata...
O sangue flui, oxigena, amolece... Respira, suspira...
Sim e sim, e sim... Sim!
E da reflexão, a decisão.
Da objetividade, a meta.
Sim: à leveza da alma, plena, minha (IN)terna, segura. Terna...
Minha. Meu. Um grito que esvazia. Que alivia...
Assim.
Sim!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

FELIZ

E de tantos amores escolheu o de dentro (sabia que a alternativa era certeira...)
Aquele que aquece as veias, vibra na alma, atormenta o raciocínio...
Sabia dos riscos e sentiu a adrenalina que acalmava (fez o certo mesmo, agora tinha certeza!). O certo para si: o respeito pela sua cons(ciência). Ciente!
Acordar feliz e passar o dia com o sorriso no rosto... Sabe aquele sem censura? Pois é, este mesmo que nos faz fechar os olhos de tão alegres que estamos...
Estar feliz o tempo todo não era de costume, mas sabia que um dia iria acontecer... E aconteceu! (Nem dava para acreditar...)
Olha só! Enfim seu dia chegou! Sabia que a maturidade traria esta sensação, nem importava mais o que os outros achavam... Era isso o que sempre buscou e nem sabia! E veio assim: ASSIM. Com ponto final e tudo...
Ser feliz é mais do que esta busca incansável e exaustiva que todos dizem... NÃO! É mais que isso: é só deixar vir! (Ela vem)...

E deixou-se permitir sentir. Se amou e foi feliz...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

DAS COISAS QUE EU NÃO ENTENDO...

Das coisas que eu não entendo...
A raiva gratuita, o abandono sem lógica, o desafeto sem motivos, a mágoa que desfaz...
O orgulho ferido, o ódio puro, a inveja mal refletida, o desprezo infundido...
A tristeza insalubre, o rancor impaciente, a raiva insolente, o tropeço sem pedras...
Os devaneios proibitivos, o desamor ilimitado, o atrevimento desnecessário, a grosseria desvairada...
O aperto de mão suave, o abraço sem reconforto, o beijo mal estalado, o olhar desviado...
A liberdade assombrada, a mesquinhez egoísta, a injustiça sórdida, o bom senso limitado...
A malevolência que afoga, o fingimento volúvel, a capacidade atropelada, o preconceito abstrato...
A desobediência ilimitada, a ignorância mal interpretada, a burrice clara, as queixas irrelevantes...
A mediocridade infinita, o fingimento desavergonhado, a mentira escaldada, a ambição inescrupulosa...
O arrependimento engasgado, a ausência motivada, a carência infinita, a incoerência permitida...
A desconfiança liberada, a dúvida engasgada, o fingimento vazio, a frustração inegociável...
A humilhação indiferente, a ingratidão desmerecida, o medo preguiçoso, o desassossego taquicárdico...

Para que discórdia se há tanto amor? Para que tanto desinteresse se há tanta informação? Para que o desgaste se há tanto tempo???

Ah! Oh humanos insolentes! A sua covardia ainda te conforma na sua mísera incompreensão...